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Stéfano Gonçalves Jorge

Como assim? Eu não posso beber “só um pouco” nas festas de fim de ano?

Se você já tem doença hepática, abstinência de álcool continua sendo a recomendação mais segura e eficaz, não uma opção negociável.
O “copinho social” pode parecer inofensivo, mas o dano hepático é acumulativo e não linear, e o risco não desaparece com bons desejos de fim de ano.

Se quiser brindar, que seja com bebidas sem álcool — porque, no fígado, um brinde seguro é sem etanol.

Atualização: Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE)

A peritonite bacteriana espontânea (PBE) é uma infecção grave do líquido ascítico que ocorre em pacientes com cirrose, sem foco intra-abdominal evidente. Resulta principalmente da translocação bacteriana intestinal e da baixa capacidade imunológica do líquido de ascite, especialmente quando sua concentração proteica é baixa. O diagnóstico baseia-se em contagem de neutrófilos ≥ 250 células/mm³ na paracentese, e o tratamento deve ser iniciado imediatamente com antibióticos de amplo espectro (como cefalosporinas de 3ª geração) e albumina intravenosa para prevenir insuficiência renal. A profilaxia é recomendada apenas em grupos de alto risco (hemorragia digestiva, ascite com baixo teor proteico e fatores adicionais de gravidade). Apesar do avanço terapêutico, a PBE ainda apresenta alta mortalidade e indica descompensação hepática importante, devendo sempre motivar avaliação para transplante hepático e vigilância intensiva.

Hepatopatia grave na legislação brasileira

“Hepatopatia grave” é o termo usado pela legislação brasileira para designar doenças hepáticas avançadas que comprometem gravemente a função do fígado, como cirrose descompensada, hepatite crônica grave ou falência hepática. A condição dá direito a benefícios legais, como isenção de Imposto de Renda sobre aposentadorias, pensões e reformas (Lei 7.713/1988), aposentadoria por invalidez com proventos integrais para servidores públicos (Lei 8.112/1990), saque do FGTS por doença grave (Lei 8.036/1990), além de prioridade na tramitação de processos judiciais e administrativos (CPC 2015 e Lei 12.008/2009). O reconhecimento exige perícia médica baseada em critérios técnicos, especialmente o escore Child-Pugh classe C ou MELD > 15, e a presença de complicações como ascite, encefalopatia, hemorragia digestiva ou hepatocarcinoma, conforme o Consenso da Sociedade Brasileira de Hepatologia e o Manual de Perícia Oficial do SIASS. Esses parâmetros permitem comprovar a gravidade clínica e garantir o acesso aos direitos previstos em lei.

Atualização: Deficiência de alfa-1 antitripsina em adultos

A deficiência de Alfa-1 Antitripsina (AAT) é uma condição genética rara que pode causar doença pulmonar (DPOC precoce) e problemas no fígado, como esteatose, cirrose ou até câncer hepático. A AAT é uma proteína que protege tecidos contra inflamação — quando está deficiente ou defeituosa, pulmões e fígado sofrem. O diagnóstico é feito com exames de sangue e genéticos, e o tratamento foca em evitar agressões (álcool, tabaco, obesidade) e tratar complicações.

Primeiro transplante hepático de porco para humano em receptor vivo

Pela primeira vez, um fígado de porco alterado em laboratório foi capaz de funcionar dentro do corpo humano por um mês. O feito, realizado na China e publicado na European Association for the Study of the Liver (EASL), marca um passo impressionante na busca por novas formas de transplante e pode transformar o futuro do tratamento das doenças hepáticas.