Toda vez que se conversa sobre hepatites, a primeira pergunta é: “qual hepatite viral é a pior?”. E a resposta, nas últimas décadas, sempre foi um debate entre a hepatite B ou a C. Felizmente, a cura da hepatite C veio tão rápido que o cenário mudou completamente nos últimos anos. Hoje, sem dúvida, a resposta é “a hepatite B”. É uma doença mais comum, mais complexa, e com mais consequências graves.

A hepatite B continua sendo um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo. Acredita-se que cerca de 2 bilhões de pessoas entraram em contato com o vírus, deixando 250 milhões de portadores em todo o mundo. A maioria desses portadores desenvolve hepatite crônica, que pode levar a cirrose e suas complicações, incluindo o câncer de fígado, causando cerca de 600 mil óbitos todos os anos relacionados à hepatite B.

Mas não precisaria ser assim. A hepatite B tem vacina barata, tratamento eficaz e exames diagnósticos disponíveis. Existe um grande esforço global para controlar a hepatite B até 2030, mas no Brasil estamos atrasados nessa iniciativa e a previsão é de que não vamos conseguir isso nas próximas duas décadas. Ou nunca, se ficarmos calados.

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