
Segundo pesquisa publicada em julho desse ano no European Journal of Nutrition (link), acrescentar sal à refeição está relacionado a aumento do risco de gordura no fígado (esteatose), de cirrose e de câncer do fígado.
O estudo acompanhou cerca de 492 mil pessoas do UK Biobank por aproximadamente 13 anos e avaliou a frequência com que adicionavam sal à comida (nunca/raramente, às vezes, geralmente ou sempre). Comparando-se com quem quase nunca usava sal extra:
- Quem adicionava às vezes tinha cerca de 8% mais chance de desenvolver doença gordurosa do fígado;
- Quem adicionava geralmente — 22% mais chance;
- E quem adicionava sempre — 40% mais chance.
O risco também aumentou para cirrose e câncer de fígado (HCC), com padrões similares.

Mesmo após ajustes por fatores como idade, peso, estilo de vida e qualidade da dieta, esse padrão se manteve, embora mais suave. A pesquisa tem limitações científicas importantes, principalmente o fato de que foi observada uma associação entre sal e doença do fígado, mas isso não é suficiente para dizer que um causa o outro. Pode ser que o abuso de sal esteja relacionado a outros abusos alimentares, e que por estar associado a síndrome metabólica uma coisa se soma à outra. Assim, abuso de sal está relacionado a obesidade, que pode levar ao acúmulo de gordura no fígado, que pode levar por sua vez a cirrose e câncer.
Mesmo com ressalvas, o estudo traz uma mensagem importante: reduzir o sal colocado diretamente na comida pode ser uma medida simples para promover a saúde do fígado e geral.
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