cirrose

Rastreamento com elastografia ajuda a promover mudanças saudáveis no estilo de vida

 De acordo com pesquisa publicada em dezembro na revista Clinical Gastroenterology and Hepatology, a demonstração de fibrose hepática através de exame de elastografia ajuda a promover mudanças no estilo de vida (dieta, atividade física, consumo de álcool), o que ajuda no controle da doença e pode evitar a progressão para a cirrose.

 Nesse estudo dinamarquês, encabeçado pela Dra. Maria Kjaergaard, foram selecionadas 4796 pessoas que foram consideradas “de risco” para doença hepática. Dessas, 1850 tinham risco de doença hepática alcoólica (ALD, alcoholic liver disease) pelo consumo excessivo de álcool e 2946 de doença hepática gordurosa associada a doença metabólica (MASLD, metabolic associated steathotic liver disease, mais conhecida como esteatose hepática), por apresentarem obesidade, diabetes tipo 2 ou síndrome metabólica.

 Essas 4796 pessoas então fizeram exame de elastografia hepática, que é realizada com aparelho de ultrassom, não invasivo, indolor, rápido e sem contraindicações. Em 10% das pessoas com risco de doença hepática pelo álcool e 7% das com risco de doença hepática por distúrbio metabólico, o exame mostrou a presença de fibrose do fígado.

Independente da causa (álcool, esteatose, hepatites, etc), praticamente todas as doenças do fígado avançam lenta e silenciosamente, sem causar sintomas, do fígado normal (sem fibrose) até a cirrose (fibrose grau 4). A presença de fibrose no exame de elastografia, portanto, sugere que a doença está progredindo para cirrose.

 Todas essas pessoas com fibrose no fígado foram orientadas em relação a interromper o uso de álcool ou realizar mudanças no estilo de vida (dieta, atividade física, tratar o diabetes, etc). Ao final de 6 meses, o consumo excessivo de álcool foi reduzido de 46% para 32% no grupo de doença alcoólica, redução que continuou a ser observada em um subgrupo reavaliado após 2 anos. A presença de fibrose na elastografia aumentou a chance de reduzir o consumo de álcool ou de parar de beber em 2.45 vezes ! No grupo de esteatose não alcoólica, após 6 meses 35% melhoraram a dieta, 22% passaram a se exerctar mais e 13% perderam mais de ≥ 5% do peso. A mudança de estilo de vida ocorreu em 19% dos portadores de fibrose, mais do que nos sem fibrose (12%).

 O que esse estudo mostrou é que, em pessoas com alto risco de doença do fígado, a demonstração de fibrose (ou seja, de uma doença progredindo) através de método simples, confiável e não invasivo estimula mudanças pessoais que podem prevenir o desenvolvimento de cirrose e suas complicações.

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